O tema 2 foi objecto de discussão no fórum, depois de, individualmente, termos feito uma síntese dos textos apresentados:
Huffaker, D. A., and Calvert, S. L. (2005). Gender, identity, and language use in teenage blogs. Journal of Computer-Mediated Communication, 10(2), article 1 . http://jcmc.indiana.edu/vol10/issue2/huffaker.html |
Gender, Identity, and Language Use in Teenage Blogs. http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/file.php/14791/Schmitt_Dayanim_2008_.pdf |
Deixo aqui dois dos meus comentários, por considerar que apresentam dados relevantes ao nível da construçaõ da identidade dos jovens e o papel fundamental que têm, hoje em dia,as redes sociais.
"Segundo Zacarés ( 1997), citado por Teresa Helena Schoen-Ferreira, Maria Aznar-Farias e Edwiges Ferreira de Mattos Silvares nos Estudos de Psicologia, a adolescência “é a primeira etapa da vida em que estão reunidos todos os ingredientes para a construção de uma identidade pessoal.” É, de facto, um processo crucial na vida de cada jovem, sendo um período em que ocorrem mudanças significativas. A identidade do adolescente vai-se construindo e sendo influenciada por factores internos e externos: por um lado as suas características pessoais, a sua personalidade, por outro a sua identificação com os outros, com a sociedade e os seus valores. Os media são, sem dúvida, um agente de socialização mais do que a família ou a escola e o computador um meio para explorar a sua identidade. Criam homepages e blogs. Todos nós constatámos estes factos nos documentos postos à nossa disposição. O texto Gender, Identity, and Language Use in Teenage Blogs, é significativo quanto às características dos jovens bloggers americanos.
Em Portugal, e pegando na questão da Teresa, não sei de nenhum estudo semelhante (haverá?). No entanto, e esta é uma opinião muito pessoal, penso que ao nossos jovens são pouco adeptos tanto das Homepages como dos Blogs. Da minha experiência com jovens só conheço raparigas que têm Blogs. São elas que gostam mais de escrever, de embelezar os posts, de falar de si, da sua vida…
Deixo aqui uma notícia, que, não sendo muito recente, vai no sentido do que anteriormente referi sobre a pouca utilização dos Blogs.
[..]"Como professores e educadores que, diariamente, lidam com os jovens, estamos, certamente, mais despertos para estas questões. Posso dizer que, na minha escola já desenvolvi, na BE, sessões para alunos de vários anos, sobre "Segurança na Internet”, baseadas precisamente em informações e vídeos facultados pelo Programa Miúdos Seguros na Net. Um outro colega, no âmbito de um Projecto relacionado com a Educação de Pais, também fez uma sessão sobre o mesmo tema para Pais e Encarregados de Educação. Se surtem efeito prático ou não, não sei dizer. Pelo menos ouvir falar, mostrar exemplos e dados estatísticos, talvez ajude. Num estudo muito recente (Primavera de 2010) desenvolvido pela EU KIDS Online, no qual Portugal participou, entre 25 países da União Europeia, obtiveram-se os seguintes dados:
-Portugal é um dos países onde mais crianças e jovens declaram já ter sentido bastantes vezes que estavam a fazer um uso excessivo da internet (49%), muito acima da média europeia (30%). 78% das crianças portuguesas entre 9 e 16 anos usam a internet. As crianças e jovens portugueses estão entre as crianças europeias que acedem mais à internet nos seus quartos (67%) do que noutros lugares da casa (26%), uma diferença mais acentuada do que a média europeia (respectivamente 48 e 37%).
(vejam mais em : http://www2.fcsh.unl.pt/eukidsonline/ )
O quarto dos adolescentes é o seu mundo. Aqui passam a maior parte do tempo, quando estão em casa, alguns de porta fechada. Muitos não têm a verdadeira noção dos perigos que se escondem por detrás da criação de um perfil numa rede social. Para além da exposição da sua vida privada, a de terceiros também é posta em causa, nomeadamente na publicação de fotos/vídeos de grupo.
Como já referiram, a prevenção é a melhor atitude. A escola é um meio privilegiado mas não basta e aqui entra em campo a questão colocada pela Soledade: que valores passamos aos nossos jovens? Para mim a questão dos valores é uma árvore com várias ramificações. A sociedade transformou-se abruptamente nas últimas décadas. O exemplo já não vem de cima, vem do lado. Os jovens passam mais tempo com os seus pares do que com a família. O diálogo, as regras, a autoridade, em casa, são por vezes inexistentes. Temos no entanto que lidar com esta realidade e tentar passar, a cada dia, mensagens positivas aos nossos jovens, que, na sua incessante busca, nem sempre encontram o caminho certo!"
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